Mudar hábitos é um grande desafio e cabe a nós, educadores da área da saúde, enfrentá-lo.
As mudanças que levam à excelência empresarial fundamenta-se na valorização do capital humano e no desenvolvimento pessoal e profissional de seus quadros. Afinal, as pessoas são imprescindíveis e sem elas a organização não obtém sucesso.
E como estão vivendo essas pessoas? Qual é a qualidade de vida que elas têm? Quantas delas são hipertensas, coronarianas, reumáticas, estressadas? Quantas sofrem e se limitam por condições plenamente evitáveis? Quantas desconhecem de que maneira o seu mal poderia ser prevenido? Quantas sabem o que precisam fazer para melhorar a sua saúde, mas não conseguem mudar os seus hábitos?
Também sabemos da importância dos programas educativos para a prevenção de doenças, pois é através da educação em saúde que estas questões podem ser equacionadas e muitos destes problemas podem ser resolvidos.
No entanto, falta a muitos de nós a certeza no seus resultados, sobra ceticismo. Também pudera, educação e saúde são duas palavras que estiveram banidas da lista de prioridades do nosso desenvolvimento durante muito tempo.
A maioria dos problemas que se apresentam nos consultórios, como também, nos serviços de especialidades médicas decorrem do estilo de vida, do comprometimento da qualidade de vida desejável e necessária. Ou seja, situações que podem ser evitadas ou corrigidas, contanto que as pessoas obtenham a informação necessária, bem como, a orientação estratégica de como podem mudar as suas condições de saúde, a partir da informação adquirida.
A qualidade de vida não é um simples modismo e sim um objetivo a ser alcançado no presente estágio de desenvolvimento da humanidade. O prolongamento da vida deixou de ser um desafio técnico para a clínica, haja visto a discussão sobre a eutanasia e a vida vegetativa, mantida artificialmente. Cada vez mais, se valoriza a qualidade de vida, em detrimento do aumento do tempo de vida, em condição limitada ou incapacitada.
A qualidade de vida é um dos principais objetivos que se tem perseguido nos ensaios clínicos atuais. Na pesquisa de novas metodologias para tratamento e prevenção de doenças surgiu a necessidade de se padronizar a sua avaliação. Algo que é inerente ao indivíduo, às suas características mais pessoais, tanto nos seus aspectos constitucionais de natureza hereditária, como naqueles adquiridos durante a vida. Algo que somente o próprio indivíduo pode avaliar e informar, livre do julgamento a partir de valores externos a ele.
Como, então, promovê-la dentro do enfoque da saúde ? Como interferir em algo que é tão próprio das pessoas e absolutamente livre – felizmente, livre – do poder de determinação de outras pessoas? Como aconselhar o fumante a deixar o vício se devemos respeitar o princípio de sua individualidade, que diz que ele deve saber o que é melhor para ele mesmo?
Saúde não se ganha. Não se dá. Não cai do céu. Saúde se conquista, num processo que depende da vontade e determinação dos indivíduos, no qual as pessoas adquirem ativamente por que querem adquirir, porque têm as informações necessárias, porque foram devidamente educadas para isso.
A prevenção em saúde depende, basicamente, de ações educativas amplas e adaptadas à realidade local. Não é necessário estabelecer um plano de normas técnicas a ser implantado de cima para baixo. Nem despejar aulas magistralmente acabadas. A informação não é condicional, é absolutamente necessária, embora, nem sempre suficiente.
Artigo redigido por
Moacyr Nobre & Rachel Zanetta
Cognos – Inovação em Saúde